FORNOS DE CAL

FORNOS DE CAL

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Maria Manuela Torrada, Taberna da Maria Torrada, com a fotografia de seus pais

“A Barca do Pego é uma aldeia muito bonita situada a 7 km da cidade de Abrantes e a 1 km da Escola Primária de Alferrarede, a sua população é de 44 famílias, presentemente tem 8 crianças no ensino primário, 10 no ensino secundário e 3 no ensino superior. Esta população é atravessada por uma estrada nacional que nos leva a Mouriscas. A linha dos caminhos de ferro de Lisboa à Covilhã e ainda o sempre renovado e bonito Rio Tejo.
Outrora muito característica pelas suas indústrias de fornos de cal e cimentos, nestes trabalhavam muitas mulheres e homens vindos das redondezas. Os homens ocupavam-se de vários trabalhos que aquelas indústrias exigiam como formar os capelos com pedra que ia ser transformada em cal e depois na cozedura, que levava 8 dias, os camionistas trazendo lenha para manter sempre os fornos em permanente fogo vivo, etc. Depois da cal estar cozida estava pronta a ser fornecida às grandes encomendas que esperavam pelo seu carregamento. Eram barcos no Tejo que iam distribuir da Barca do Pego até Lisboa. Também as carruagens dos comboios aqui tinham sítio certo de aguardar a sua vez de carregar , esses carregamentos tanto para os barcos como para as carruagens de comboios eram feitos pelas mulheres com gamelas à cabeça, mulheres essas que no percurso cantavam lindas cantigas , desafiando outros trabalhadores de uma quinta que existe do lado de lá do Tejo, chamada quinta do Suzana (…). “
Texto premiado de Maria Etelvina Cotrim, ajudada por Jacinta Torrada ( ver fotografia dentro da fotografia), escrito em 1990. Recolha de Ana Rita Santos
Fonte: “Memórias Vivas do Concelho de Abrantes”, Ana Rita Santos e Susana Nabais, 2017, Ed. Alves Jana, Cres.Ser,

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